As trabalhadoras da Islândia saíram do trabalho mais cedo esta segunda-feira, como forma de protesto contra a desigualdade salarial em relação aos homens. Isto porque, em comparação os colegas do sexo masculino, e num dia de trabalho de oito horas, as mulheres começam a trabalhar de graça a partir das 14:38, segundo o jornal Iceland Review. Foi a esta hora que ontem saíram do trabalho.
Segundo um relatório da Comissão Europeia de 2013, as mulheres recebem menos 18% do que os homens na Islândia pelo mesmo emprego. Assim, as islandesas saíram do trabalho cerca de uma hora e vinte minutos mais cedo.
O dia 24 de Outubro não foi escolhido ao acaso. Nesta mesma data, em 1975, as mulheres na Islândia não trabalharam para mostrar a importância da mão-de-obra feminina para a economia do país. 90% das mulheres aderiram ao protesto, incluindo as domésticas, que não fizeram as tarefas de casas nem cuidaram dos filhos naquele dia, e todas foram para as ruas protestar, segundo a BBC.
Bancos, lojas, fábricas, escolas e teatros fecharam naquele dia por falta de trabalhadores e voos foram cancelados por falta de assistentes de bordo. A data ficou conhecida como "o dia de repouso da mulheres".
Este ano, as mulheres abandonaram o emprego a partir do momento em que começaram a trabalhar de graça, tal como fizeram em 2005 - quando saíram às 14:08 - e em 2008 - quando abandonaram o serviço às 14:25.
Olhando para trás, é possível perceber que, a cada ano, as mulheres acrescentam pouco mais de três minutos de trabalho ao salário. Se a tendência se mantiver, apenas em 2068 os homens e as mulheres vão receber salários iguais.
Outra forma de ver a questão da desigualdade é perceber a partir de que altura do ano as mulheres deixam de ser pagas. Segundo o jornal islandês Grapevine, que cita dados de um estudo da Expert Market, por ano, as islandesas começam a trabalhar de graça a partir do dia 10 de Novembro.
O mesmo estudo diz que, por ano, as portuguesas deixam de ser pagas pelo trabalho no dia 13 de Novembro.
Noticia do Diário de Noticias Digital de 25 de Outubro de 2016