Há 75 anos, um grupo de jovens juntaram-se em Bela Mandil, no Algarve, para um Festival da Juventude, promovido pelo Movimento de Unidade Democrática (MUD) Juvenil. Com canções, palestras e conversas, poesia e comida, com alegria e resistência, os jovens celebraram o 28 de Março, o Dia da Juventude. Apesar de legal, o festival foi interrompido pela PIDE e GNR, que intimidaram, agrediram e prenderam muitos dos jovens presentes.
A luta destes jovens não esmoreceu, antes intensificou-se desde então, pela liberdade, contra o fascismo, pelo direito ao trabalho com direitos, contra a guerra. Foi esta intensificação da luta e resistência que abriu as portas para o 25 de Abril em 1974.
Desde então que este dia 28 de Março, Dia da Juventude, tem sido um dia de luta dos jovens. Hoje, 75 anos depois de Bela Mandil, não será diferente.
Os problemas agravam-se para a juventude. A precariedade continua a aprofundar-se e normalizar-se com contratos a prazo, falsos recibos verdes, ou plataformas digitais que, sob a capa da modernidade, prendem os jovens a uma instabilidade na vida. O aumento do custo de vida vai comendo os baixos salários dos jovens trabalhadores, que vêm assim a sua emancipação adiada, o direito à habitação negado e a emigração como única alternativa. Os horários cada vez mais desregulados, com alterações de um dia para o outro, que nos põem cada vez mais a trabalhar à borla, roubando tempo à nossa família, aos nossos amigos, ao lazer, à cultura e ao nosso bem estar.
Mas, tal como à 75 anos atrás, os jovens sabem que é com a luta que é possível alterar esta situação. Este ano, em torno do Dia da Juventude, os jovens de todo o país sairão à rua em Lisboa e no Porto no dia 31 de Março, exigindo o aumento geral dos salários, a redução do horário de trabalho e o fim da precariedade.
“Produzimos a riqueza, Queremos o que é nosso, Exigimos soluções”, e por isso, os jovens trarão a sua força, alegria e combatividade dos locais de trabalho para a rua no dia 31 de Março, em luta, por melhores condições de vida e de trabalho.
Cresce a mobilização das manifestações e jovens trabalhadores no dia 31 de Março
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Um pouco por todo o país, os jovens trabalhadores preparam as manifestações e dia 31 de Março, em Lisboa e no Porto.
Com distribuições e contactos, debates e plenários, colagens de cartazes e pinturas de faixas, as reivindicações do aumento do salário, a redução do horário de trabalho e o fim da precariedade mobilizam os jovens a saírem à rua em luta.
Com a força e empenho de todo o movimento sindical unitário e com a vitalidade, alegria e combatividade da juventude, construiremos as grandes manifestações em Lisboa e no Porto no dia 31 de Março.
