Desemprego e Subemprego Atingem Mais de 1.160 Mil Pessoas

 O desemprego em Portugal atingiu níveis insustentáveis. Segundo o INE, no 4º trimestre de 2011 a taxa de desemprego foi de 14%, correspondendo a 771 mil desempregados. Isto corresponde a mais 81 mil desempregados relativamente ao trimestre anterior (mais 12%). Na realidade o número de desempregados é mais elevado. Juntando os inactivos disponíveis (203,1 mil) e o subemprego visível (186,6 mil), são mais de 1.160 mil os desempregados e subempregados no nosso país, ou seja, 20,3% da população activa. No início de 2011 esta taxa era de 17,7%.

Comunicado de Imprensa n.º 016/12

 

DESEMPREGO E SUBEMPREGO ATINGEM MAIS DE 1.160 MIL PESSOAS

O desemprego em Portugal atingiu níveis insustentáveis. Segundo o INE, no 4º trimestre de 2011 a taxa de desemprego foi de 14%, correspondendo a 771 mil desempregados. Isto corresponde a mais 81 mil desempregados relativamente ao trimestre anterior (mais 12%).

Na realidade o número de desempregados é mais elevado. Juntando os inactivos disponíveis (203,1 mil) e o subemprego visível (186,6 mil), são mais de 1.160 mil os desempregados e subempregados no nosso país, ou seja, 20,3% da população activa. No início de 2011 esta taxa era de 17,7%.

Estes dados não podem ser dissociados da política recessiva desenvolvida pelo Governo no nosso país. A quebra do PIB foi de 1,5% em 2011 e de 2,7% no 4º trimestre do ano.

A situação é agravada pelo facto de a maioria dos desempregados não ter acesso a qualquer prestação de desemprego, uma vez que apenas 306 mil desempregados estavam cobertos pelo subsídio de desemprego ou subsídio social de desemprego, o que corresponde a menos de 1/3 do total. Isto numa altura em que o desemprego de longa duração continua a aumentar, atingindo já 52,6% dos desempregados.

Em apenas um trimestre perderam-se mais de 118 mil postos de trabalho, 2/3 dos quais ocupados por jovens até aos 35 anos. A perda de emprego foi transversal aos três grandes sectores de actividade, com destaque para a indústria (menos 58 mil postos de trabalho), e a quase todas as actividades.

O número de trabalhadores por conta de outrem diminuiu em 93,4 mil, nomeadamente entre os que têm vínculos não permanentes (menos 78 mil), o que demonstra bem que a precariedade é a antecâmara do desemprego. Mesmo com esta diminuição o número de trabalhadores com contratos não permanentes é de 794 mil, sendo mais de metade jovens com menos de 35 anos.

Os jovens foram os mais afectados pelo aumento do desemprego. A taxa de desemprego dos menores de 25 anos passou de 27,8% no 1º trimestre de 2011 para 35,4% no último trimestre do ano, tendo-se também verificado um aumento no grupo dos 25 aos 34 anos.

E estamos em crer que os números só não mais elevados porque muitos jovens, alguns dos quais com altas qualificações, já deixaram o país em busca de emprego e melhores condições de vida noutras paragens. Além do drama pessoal que significa a falta de perspectivas de vida e de trabalho no seu próprio país, Portugal fica privado de um potencial de conhecimentos e energia necessários ao seu desenvolvimento económico e social, e relativamente aos quais investiu.

As previsões do Governo para 2011 foram ultrapassadas quando previa 12,5% de taxa de desemprego e ela veio a situar-se em 12,7%. A continuar-se com esta tendência de aumento do desemprego, também a previsão de 2012 (13,4%) será ultrapassada.

Este é o resultado das políticas recessivas que o Governo PSD/CDS escolheu implementar, utilizando a crise económica como pretexto para a adopção de políticas de austeridade de cariz marcadamente neoliberal que, a não serem travadas, conduzirão ao empobrecimento dos trabalhadores e da maioria da população.

A CGTP-IN não se conforma com esta política e tudo fará para lhe pôr termo através da luta organizada dos trabalhadores.

DIF/CGTP-IN
Lisboa, 16.02.2012