Lançamento da Obra Rocha Chenaider, de João Silva

rochachenaiderSessão de Lançamento da obra Rocha Chenaider, de João Silva, repórter fotográfico da Intersindical entre 1979 e 2007. A sessão teve lugar no dia 2 de Outubro, no Centro Cultural de Belém, sala Eugénio de Andrade, e foi seguida de um Porto de Honra.

 

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Intervenção de Manuel Carvalho da Silva
Secretário-Geral da CGTP-IN


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Intervenção de Fernando Gomes
Responsável pelo Departamento de Cultura e Tempos Livres - CGTP-IN

 

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Intervenção de Fernanda Botelho
Representante da Comissão de Trabalhadores da CGTP-IN

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Entrevista ao site Expresso TV

 

JOÃO (ANTÓNIO) SILVA

 

Nasceu a 7 de Abril de 1916, em Lisboa, nos confins do popular bairro lisboeta de Alfama.

Começou a trabalhar aos 12 anos, como escriturário. Aos 17 anos troca o escritório pelos estúdios de cinema da Tobis. A sua ligação à sétima arte manteve-se até aos 49 anos, com duas interrupções forçadas.

A primeira deu-se logo em 1934, ano da sua admissão na Tóbis, tendo como causa directa a sua participação na Revolta do 18 de Janeiro.

O arrojo custou-lhe dois anos de degredo nos Açores. A segunda, por um período mais curto, veio na sequência do funeral de Bento de Jesus Caraça. João Silva estava a filmar a manifestação de democratas que a cerimónia do funeral constituiu, quando a polícia lhe arrancou o filme da máquina e enviou o seu autor, uma vez mais, para a prisão.

No cinema, João Silva foi sucessivamente claquette-boy, assistente de operador e operador, tendo chegado a ser assistente do realizador italiano Ettore Scola, no filme Perdido em África, rodado no deserto de Moçâmedes.

Entre outros, trabalhou com os seguintes realizadores: Cottinelli Telmo, Chianca de Garcia, Jorge Brum do Canto, Arthur Duarte, António Lopes Ribeiro, Francisco Ribeiro, Alexandre Onuchi, Leitão de Barros, Perdigão Queiroga e Henrique Campos. O seu nome figura na ficha técnica de filmes como Canção de Lisboa, Bocage, Aldeia da Roupa Branca, João Ratão, Pai Tirano, O Leão da Estrela, Pátio das Cantigas, Fátima-Terra de Fé, Um Homem às Direitas, Ladrão Precisa-se, A Morgadinha dos Canaviais, Camões, Fado, Vendaval Maravilhoso, Filho do Homem do Ribatejo, Kill or be killed (fita americana), Cantiga da Rua e do já referido Perdido em África, de Ettore Scola, e do filme francês Singrid.

Cineclubista activo, João Silva pertenceu ao Círculo de Cinema, que acabou por ser encerrado pela Pide, e os seus membros mais destacados mandados para Caxias.

Em Janeiro de 1950, João Silva demanda terras de Angola, onde se dedica ao documentário, designadamente ao serviço da Telecine-Angola, e garante, durante vários anos, o Jornal de Actualidades.

Depois da independência de Angola, é convidado pela Televisão da República Popular de Angola para chefiar os serviços de cinema. Aceita o convite, mas cedo abdica da função de chefia, preferindo voltar para trás das câmaras.

Regressa a Portugal em Agosto de 1979, sendo desde esse ano repórter fotográfico no departamento de informação CGTP-IN.