A Câmara dos Deputados do Brasil aprovou, por maioria, a admissão do processo de destituição da Presidente Dilma Rousseff, que agora seguirá para debate no Senado.
Esta decisão, que visa afastar do seu cargo a Presidente democraticamente eleita, é parte de um processo dirigido por grandes empresários, políticos como Eduardo Cunha, réu no Supremo Tribunal Federal por crime de corrupção, partidos derrotados nas urnas, forças exteriores ao Brasil interessadas em inverter o rumo da política de combate à pobreza e abrir portas à privatização de empresas estatais como a Petrobras e entregar o Pré-sal às multinacionais. Um processo que tem a ajuda de uma comunicação social ligada aos grandes grupos económicos e financeiros e a cobertura de alguns juízes.
Esta é, assim, uma nova e mais avançada fase nas movimentações golpistas das forças da direita brasileira que nunca perdoaram a opção pelas reformas de cariz social de apoio aos mais desfavorecidos e a garantia de direitos laborais e sociais realizadas pelos governos de Lula e Dilma, em favor dos trabalhadores e da maioria do povo.
O violento ataque das forças mais reaccionárias do Brasil, aliadas ao imperialismo, coloca no horizonte próximo graves perigos de desestabilização e de grande retrocesso social e político e está intimamente ligado à ofensiva em curso, de fazer reverter e mesmo destruir os processos de transformação económica, social e política de cariz progressista no conjunto da América Latina.
A CGTP-IN expressa, neste momento em que se avolumam perigos para a democracia e os direitos do povo Brasileiro, a sua activa solidariedade ao movimento sindical, aos trabalhadores e ao povo do Brasil, na luta que desenvolvem em defesa das suas conquistas laborais e sociais e do desenvolvimento do seu país. Saudamos, por isso, as lutas sindicais e populares que vão ter lugar nas próximas semanas, designadamente a realização de uma grande Assembleia Nacional da Classe Trabalhadora, no próximo 1º de Maio.