Na sequência da Jornada Mundial pelo Trabalho Digno, a CGTP-IN reitera à direcção da CSI (Confederação Sindical Internacional) e às organizações sindicais nela filiadas a sua disponibilidade para a cooperação e a convergência na acção tendo em vista a valorização do trabalho e dos trabalhadores, a defesa dos direitos e rendimentos, a melhoria das suas condições de trabalho e de vida.
A CGTP-IN defende a cooperação e a convergência para valorizar o emprego, combater a precariedade, defender a criação de novos empregos de qualidade e com direitos, assim como o alargamento dos vínculos permanentes e estáveis aos trabalhadores que foram empurrados para situações de falso trabalho independente, incluindo aqueles que trabalham para as chamadas plataformas digitais. Tudo isto em direcção ao pleno emprego e ao aumento das contribuições e da valorização dos sistemas de protecção social.
Para uma efectiva recuperação económica, a CGTP-IN defende o aumento de salários e pensões de quem trabalha ou trabalhou e políticas que combatam as injustiças sociais e promovam a equidade fiscal.
Em países como Portugal, as políticas de sucessivos governos e da União Europeia criaram crescente exploração, fragilidades, desigualdades e dependência externa. Para lhe fazer frente, a CGTP-IN defende uma outra política, de esquerda e soberana, que: promova o aumento geral dos salários; diminua e regule o horário de trabalho sem perda de rendimentos; recupere a soberania para aumentar a produção e o consumo locais como alavancas do desenvolvimento económico e social sem depredação da natureza e do ambiente; reverta as privatizações; promova uma justa distribuição da riqueza; valorize os serviços públicos e funções sociais do Estado.
Para a CGTP-IN, tornar possível este novo rumo, exige o reforço da luta em cada país, a acção de massas e a solidariedade entre os trabalhadores, formas de se enfrentarem com sucesso à brutal ofensiva do grande capital e das forças e governos ao seu serviço, que inclui crescentes manobras de intimidação, repressão e ataque à organização e luta dos trabalhadores, nomeadamente pela limitação ou impedimento da liberdade sindical, pela promoção do individualismo, do divisionismo e da resignação, bem como de valores e forças reaccionárias e fascistas.
Mesmo nas difíceis circunstâncias que enfrentamos, o futuro é dos trabalhadores e da sua luta. Uma certeza histórica a que a acção da CGTP-IN dá corpo, potenciando e dinamizando a organização, unidade e solidariedade dos trabalhadores em Portugal. Um sindicalismo de massas, construído a partir de uma forte ligação e acção nos locais de trabalho, nos sectores e regiões, onde actualmente estão em curso poderosas lutas que envolvem milhares de trabalhadores. É assim nos sectores da energia, das telecomunicações, dos transportes e do vidro, em defesa dos postos de trabalho. É assim na Administração Pública, onde os trabalhadores lutam em defesa do aumento de salários, da valorização das carreiras, da contratação de pessoal, da valorização dos serviços públicos e funções sociais do Estado.
INT/CGTP-IN
14.10.2021