“Interconsumidores” regressa e pretende alargar a discussão sobre as temáticas de que a realidade actual é constituída. Por outro lado, à luz das exigência da sustentabilidade, queremos debater as perspectivas futuras dentro das problemáticas inerentes aos direitos e interesses dos trabalhadores enquanto consumidores e enquanto cidadãos.
Para uma melhor compreensão do presente e do futuro neste campo, importa analisar as causas e a evolução desta situação e para que tendência estamos a caminhar. Esta está sem fins à vista e está sem soluções equilibradas e sustentáveis, pois vivemos numa sociedade manipulada pelos mercados e pelo elogio ao consumismo.
Importa preparar os consumidores para a sua própria defesa e ao mesmo tempo para a da vida em harmonia e sustentabilidade com o direito ao consumo. Fazer a optimização de recursos naturais, principalmente os não renováveis, potencializando a sua eficácia e a protecção da natureza ligando isso a um consumo inteligente e humanizado.
Todos conhecemos que este modelo de desenvolvimento serve especialmente os mais ricos. Como seria se todos os habitantes do planeta tivessem acesso por exemplo ao mesmo número de carros que uma família Alemã tem? Será possível isto acontecer ou terá que se travar esse acontecimento? A mesma questão se coloca quanto ao nível do consumo e do desperdício.
É preciso aumentar o nível de conhecimento e combater esta civilização que é filha do mercado e filha da competição gerada por este modelo que exclui pessoas, que se apodera dos principais bens e esbanja meios finitos, não se importando em não deixar nada para outros. Entretanto, para sua satisfação, exclui-os do seu acesso pelo custo e preço incomportáveis.
Esta grande crise é fabricada pelo modelo é também pela política onde são as forças interessadas que governam e não os cidadãos. Hoje trabalhamos cada vez mais para consumir muitas vezes demais e este hiperconsumo está a agredir demasiado o planeta.
Os mais ricos, para manterem o Sistema têm constantes necessidades de fazer crescer o consumo e aumentar a produção. Como há abundância que não se vê, fazem durar pouco as coisas que usamos, como os carros e muitos outros utensílios que precisam de vender sempre mais. Por exemplo, uma simples lâmpada eléctrica, não pode durar mais que 1.000 horas de vida útil quando há capacidades de fabricar as mesmas para durar mais de 200.000 horas. Contudo o problema é que isto não se faz para poder manter o mercado do “usa e deita fora”. Isto é um problema politico, económico e cultural.
Na CGTP-IN, vamos lutar conscientemente contra este modelo e contribuir para melhorar os conhecimentos, nomeadamente dos direitos. Vamos exigir mais equidade de cidadania e respeito por todos os que trabalham e lutam por uma vida mais justa e harmoniosa como trabalhadores e consumidores.