É preciso acabar com a especulação dos preços de bens e serviços!

precosOs problemas com que os trabalhadores e suas famílias estão confrontados com o aumento brutal do custo de vida e a degradação dos salários, empobrecendo os trabalhadores ao mesmo tempo que as multinacionais se preparam para concentrar lucros e dividendos cada vez maiores, não é aceitável.

A escalada de preços tem-se vindo a acentuar desde Dezembro de 2021 com a crescente tensão geopolítica da qual veio a resultar a guerra em curso na Ucrânia. Os combustíveis são apenas a face mais visível desta escalada uma vez que todas as classes de bens e serviços estão num processo de subida desde os mais essenciais, como os alimentares, incluindo o pão, aos outros bens, como os de lazer e de cultura. Que são também essenciais porque não vivemos só de pão.

A culpa é quase sempre atribuída ao disparo de preços da energia, mas a especulação e o poder de mercado das empresas têm também importantes papéis.

Em Fevereiro a inflação teve uma variação de 4,2%, um valor que é obtido na comparação do índice geral de preços deste mês com o verificado em Fevereiro de 2021. Esta variação é chamada homóloga. Se usássemos a média dos valores dos últimos 12 meses e fizéssemos a comparação com os 12 meses anteriores, obteríamos um valor menor (1,8%).

O mais importante é constatar que as duas medidas tendem a subir e que a inflação se tende a generalizar às várias classes do cabaz de compras, ainda que a ritmos diferentes.

aumnetos precos

Trata-se aqui das várias classes de bens e de serviços (12 no total) que compõem o cabaz de consumo usado pelo INE para calcular o Índice de Preços no Consumidor.

Um olhar com mais detalhe, que observe não só os valores médios dos índices das doze classes, mas os subgrupos em cada classe, evidencia aumentos muito pronunciados não apenas nos produtos energéticos, mas em vários subgrupos com valores homólogos situados entre 5% e 30%.

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O aumento do preço da energia é a razão mais invocada. Mas não explica tudo. O enorme aumento nos preços de venda dos combustíveis não é só explicado pelo custo do barril de petróleo pois as distribuidoras adquiriram o produto a valores mais baixos que os actuais. O que significa o aumento da sua margem de lucro. Os custos da energia também têm as costas largas quando vemos aumentos de preços em produtos ou serviços onde a incorporação de energia é baixa.

Quem paga a factura somos nós, os trabalhadores, e exigimos soluções, o aumento geral dos salários já era uma emergência nacional e é agora fundamental também para fazer face ao aumento geral dos bens e serviços com que estamos a ser confrontados.

Dep. Desenvolvimento Sustentável/ Defesa do Consumidor
23.3.2022